Em histologia, a qualidade do diagnóstico depende muito não apenas do corte e coloração, mas também de como o tecido foi fixado, preparado e quantos marcadores diferentes você consegue visualizar em uma mesma lâmina. Nos últimos anos, estudos têm proposto técnicas otimizações e protocolos melhores que podem fazer diferença prática em laboratórios – especialmente aqueles que querem elevar o nível de seus resultados.
1. Nova fixação “form-ácido” para tecidos ovarianos felinos
Um artigo recente comparou diferentes fixadores (Bouin, formalina neutra tamponada e uma fórmula com ácido acético “form acetic acid”) para tecido de ovário de gatos. O estudo descobriu que a formulação com ácido acético mantém tanto a morfologia quanto a imunohistoquímica de forma mais equilibrada do que os fixadores tradicionais, mantendo estruturas bem preservadas e uma boa intensidade em marcadores como Ki-67, MCM-7 e caspase-3. MDPI
- Benefício prático: Melhor preservação em tecidos delicados
- Possível aplicação na Hodaya: protocolos onde imunohistoquímica é crítica e onde tecido pode ser sensível a fixadores fortes
2. Técnica de multiplex básico com “stripping” de anticorpos
Multiplex staining por imunofluorescência/imuno-histoquímica sequencial permite aplicar múltiplos anticorpos na mesma lâmina, removendo (striping) anticorpos antigos entre rodadas para aplicar novos. Há trabalhos validando que esse método pode ser feito com reagentes comuns, e que permite usar até dezenas de marcadores em uma única seção de tecido rotineiro. PubMed
- Benefício prático: economiza tecido, permite fazer múltiplas marcações em amostras limitadas
- Desafio: exige precisão na remoção de anticorpos, controle de intensidade, cuidados com reagentes
3. Fixadores sem formalina e processamento sem xilol
Outro estudo explorou fixadores que não usam formalina tradicional nem xilol para preservar interações célula-material em scaffolds de hidrogéis (por exemplo, alginato-gelatina). A ideia é tornar o protocolo mais seguro, menos tóxico, e mais amigável ao meio ambiente, sem perder qualidade na coloração ou na visualização das células e materiais. Frontiers
- Benefício prático: segurança para equipe, menor toxicidade, processamento mais limpo
- Quando usar: em laboratórios que fazem cultura 3D, scaffolds ou engenharia de tecidos, ou quando normas ambientais exigem segurança maior
Conclusão e sugestões para implementação
Essas técnicas recentes mostram que há espaço para melhorias relativamente simples mas que causam impacto: na fixação, no uso mais eficiente de marcadores, e na segurança ambiental.
Se você está considerando implementar algo novo, eis alguns passos que podem ajudar:
- Fazer um teste paralelo, comparando o protocolo atual com a técnica nova
- Medir critérios como morfologia, intensidade de coloração, tempo de preparação e custo de reagentes
- Documentar bem os resultados (fotografias, medições) para evidência interna e comercial
- Treinar a equipe nos novos protocolos, para uniformidade